O MatUrca chega a 8° edição repleto de novidades

Na última semana, a Escola de Matemática da UNIRIO promoveu, no Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET), o 8° Matemática na Urca, ou, como carinhosamente é chamado, MatUrca. Uma das inovações desta edição foi o evento ocorrer durante a primeira semana de atividades letivas do segundo semestre, proporcionando, não só a recepção de alunos e docentes do curso de Matemática, como também a interação com a comunidade acadêmica da UNIRIO e de outras instituições. O evento cria também a possibilidade de estudantes do Ensino Básico terem contato com o que é produzido na universidade. O aluno do Ensino Médio, Giovanny Alexandre , descreveu o MatUrca como uma oportunidade única e inesquecível. Segundo ele “ter esse contato com a universidade ajuda a tomar a decisão da escolha futura e aproximou a universidade da sua realidade”.

Para abrir a 8ª edição do MatUrca, no dia 13 de agosto, o evento contou com a presença ilustre do diretor e pesquisador titular do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Marcelo Viana. Com um auditório lotado e uma plateia atenta, o matemático, vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais, palestrou sobre a Matemática no Brasil: dos anos 1950 aos anos 2020.

Ainda no primeiro dia foi possível conhecer mais sobre o projeto Livro Aberto de Matemática, tendo como palestrantes os professores Humberto Bortolossi (UFF) e Fábio Simas (UNIRIO), onde puderam falar das contribuições e organização do projeto. Para Luiz Felipe Ferreira da Silva, aluno do curso de Licenciatura em Matemática da UNIRIO, “a palestra proporcionou uma melhor compreensão, através de exemplos , de como o manual do aluno e o livro do professor podem contribuir para uma aula sólida e rica”.  A apresentação explicou a respeito da “licença do produto”, por ser um material aberto, e como poderíamos utilizá-lo. Ficou claro o esforço que é elaborar um livro desse porte, com manual do aluno, livro do professor, recursos tecnológicos, dicas de abordagem, ainda como esse material é revisto e sobre a sequência didática.

Fechando o primeiro dia lindamente, Clayton Vetromilla (UNIRIO) apresentou um recital de violão com repertório exclusivamente italiano, que incluiu composições de Scarlatti, da Milano, Giuliani  e Castelnuovo-Tedesco.

O MatUrca apresentou mais palestras nos dias 14 e 16 de agosto, tendo como temas: Propriedades Mecânicas de Nanomateriais de Carbono: Nanociência para alunos de Física básica, por Rodrigo Capaz (UFRJ), apresentando como a Nanotecnologia tem proporcionado inúmeras inovações; Interações entre a Textura Musical e a Teoria das Partições, por Pauxy Nunes (UFRJ), nos levando a perceber como a Matemática também tem um papel de grande importância na música; O Projeto Fundão e o Ensino de Matemática para Alunos com Deficiência Visual e Surdos: aplicação de atividades, adaptação de materiais e adequação de enunciados, por Claúdia Segadas (UFRJ), que, além de apresentar um pouco do Projeto Fundão, proporcionou aos participantes experimentarem um pouco do material produzido para o ensino de deficientes visuais e auditivos; Para Decolonizar as Matemáticas, por Victor Giraldo (UFRJ), levando uma reflexão da ideia de que “produzir conhecimento matemático” não se restringe a ” demonstrar teoremas novos”, mas abrange todas as práticas sociais que mobilizam a criação matemáticas em diferentes contextos sociais.

O evento proporcionou também que alunos e professores pudessem expor seus projetos e produções através de pôsteres e apresentações orais. Os pôsteres foram apresentados na recepção dos dias 14 e 16 de agosto. Segundo Flávia Montenegro, aluna de Licenciatura em Matemática da UNIRIO, “ter esse espaço para apresentar um pouco do que é produzido durante o curso é motivador e recompensante”.

As apresentações orais ocorreram no terceiro dia do evento e contou com um repertório riquíssimo, prendendo a atenção de todos que foram prestigiar. Para abrir as apresentações tivemos Stefany Sodré (UERJ) e Rosana de Oliveira (UERJ), com uma reflexão acerca da Formação de Professores e Divulgação Científica em Educação Matemática. Já o aluno de Licenciatura em Matemática da UNIRIO, Samuel Victorino, trouxe um pouco da sua produção em Geometria e Cristalografia  – Como o estudo da Geometria é aplicado na Ciência dos Materiais.

Contamos também com a professora Marcela Melo Amorim (FGV), que trouxe um pouco da sua experiência com Tabelas e Probabilidade Condicional, e com a professora Andréa Thees (UNIRIO) que dividiu um pouco da sua pesquisa sobre Estudar Matemática com Videoaulas no Youtube. De maneira descontraída , Bruno Viana (UNIRIO), trouxe como tema A Criação de HQs para o Ensino de Conteúdos Matemáticos. Com uma proposta de introdução ao Conceito de Função para Alunos Surdos  em Contexto Bilíngue, Renata Gilaberte (UFRJ) e Júlio César Moreira (UFRJ) apresentaram brevemente a experiência com deficientes auditivos em sala de aula. Para fechar as apresentações tivemos Rejane Alves de Araújo (UFRRJ), com Etnomatemática – O Pensamento Social – Matemático na Perspectiva Educacional.

O MatUrca também proporcionou momentos de maior interação dos participantes, através de uma aprendizagem mais ativa, com as oficinas e minicursos. Foram oferecidos dois minicursos, ambos com duração de três dias, sendo eles a Dualidade em Geometria: desenhos, escritas e histórias, por Cléber Haubrichs (IFRJ – Nilópolis), e Tiks: Criando elementos gráficos no latex, por Beatriz Cabral e Tarso Caldas (UNIRIO). Sendo a primeira experiência como educadora em sala de aula, Beatriz Cabral, disse que a experiência motivou a ser professora, após a sensação de transmitir algo aos colegas e sentir que, após intenso estudo para realizar a apresentação do minicurso, viu seu trabalho valorizado com o retorno positivo daqueles que participaram.

Na oficina Experimentos com Água no Cálculo de Volumes de Sólidos Geométricos no Ensino Básico, por Humberto Bortolossi (UFF), foi desenvolvida uma atividade na qual muitos alunos tiveram sua primeira experiência com um paquímetro. Segundo Luiz Felipe Ferreira da Silva (UNIRIO), o instrumento auxiliou o grupo e levou a reflexão sobre o uso de instrumentos como esse nas atividades escolares, levando a resultados mais satisfatórios.

Foram apresentadas também as oficinas sobre Aplicações de Aritmética no Cálculo de Mínimos e na Determinação de Invariantes, apresentado por João Carlos Cataldo (UERJ) e por João Jorge Chaves (UERJ), E Aí Cestou? Explorando Funções Quadráticas No Desmos, por Michel Cabrainha (UNIRIO), e Jogos e Cooperação no Ensino, por José Ezequiel Soto (IMPA).

Com toda certeza o Matemática na Urca, nosso querido MatUrca, já deixou um gostinho de saudade!

Vamos aguardar o que nos espera para a nona edição desse evento tão aguardado.

 

Fotos: Robson Gomes Sousa

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